Zelaya deixa Honduras na próxima semana

Assessor do presidente deposto afirma que ele e sua família vão para a República Dominicana

Tegucigalpa.
O presidente hondurenho deposto, Manuel Zelaya, vai pôr fim ao abrigo de quatro meses na embaixada brasileira e sair do país na próxima semana, quando seu mandato terminaria, afirmou, ontem, o seu assessor, Rasel Tomé.
Zelaya, que foi derrubado em um golpe em 28 de junho, aceitou um acordo apoiado pelo governo da República Dominicana para viajar até o país caribenho. Segundo Tomé, Zelaya continuará politicamente ativo, mas que sair do país vai pôr fim efetivamente à sua carreira como um líder significativo em Honduras. "Em 27 de janeiro há uma saída. A saída não será permanente, vamos voltar ao país para continuar esses processos com o povo hondurenho", afirmou Tomé.
Zelaya não conseguiu voltar ao cargo e reverter o golpe, apesar do apoio dos Estados Unidos e de muitos países latino-americanos. O acordo, assinado pelo presidente eleito de Honduras, Porfírio Lobo, estipula que Zelaya, seus familiares e seu círculo de assessores possam entrar na República Dominicana depois que Lobo assumir o poder, na próxima quarta-feira.
Lobo venceu a eleição de novembro, que foi denunciada por muitos países como ilegítima porque foi organizada pelo governo de facto que derrubou Zelaya. O presidente deposto então buscou abrigo na Embaixada do Brasil em setembro.
Zelaya foi tirado do poder sob ordem na Suprema Corte, depois de ter enfurecido os líderes empresariais do país e membros de seu próprio partido com uma tentativa de mudar a Constituição, o que é ilegal sob a lei hondurenha.
Ontem, o Tribunal Supremo Eleitoral de Honduras entregou a Lobo sua credencial como próximo governante. Três vice-presidentes, 128 deputados titulares e 128 suplentes e 20 representantes do Parlamento e prefeitos de 298 municípios também receberam os documentos em uma cerimônia pública assistida por mais de 400 pessoas.
Todos eles foram eleitos no em 29 de novembro, não sendo reconhecidos pela maior parte da comunidade internacional.
Lobo informou que o deputado Juan Orlando Hernández, do Partido Nacional (PN, de direita), será o novo presidente do Congresso no período 2010-2014, depois de escolhido por sua bancada, que domina a nova política.
Os 71 deputados do PN se reuniram na noite da última quarta-feira elegeram Hernandez entre quatro candidatos para presidente do Congresso, composto por 128 deputados de cinco partidos. "A decisão foi tomada pela bancada, que se reuniu e tomou uma decisão unânime sobre Hernández" afirmou Lobo.
O presidente eleito prometeu um governo de "unidade e reconciliação". Ele pretende criar um conselho de ex-presidentes, com a presença de Zelaya e do interino Roberto Micheletti.

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