Operação da Polícia Militar reabre estrada de Icapuí


Uma operação do Batalhão de Choque da Polícia Militar desobstruiu na tarde de ontem a CE-261, que corta o município de Icapuí e estava obstruída desde sábado, por causa do conflito de pescadores que disputam a pesca da lagosta na região. Cerca de 80 homens foram enviados de Fortaleza ao Município para realizar a operação. De acordo com o capitão Paulo de Tarso, comandante do Pelotão de Aracati, inicialmente, os pescadores se mostraram indignados, mas após a nomeação de uma comissão a reabertura da rodovia foi negociada.
Conforme Tarso, o clima ficou tenso em Icapuí desde sábado pela manhã, quando pescadores da praia da Redonda fizeram perseguição a um barco da praia de Barrinha e houve até disparo de arma de fogo, atingindo um pescador da segunda praia nas costas. ``A população de Barrinha fez esse protesto, em solidariedade ao pescador baleado``, explicou o comandante, enfatizando que tentou dialogar com o grupo desde sábado, sem receptividade. Mas, ontem, os pescadores concordaram em não obstruir mais a estrada e esperar que as autoridades tomem providências.
Conforme Tarso, o principal problema é que os confrontos no mar são de competência exclusiva de órgãos federais. ``Como eles não fazem o trabalho rotineiramente, o conflito começa no mar e passa para a terra. Quando o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) está presente, não existe conflito``, comenta o comandante.
Já o Ibama informa que está se mobilizando para manter uma operação na região. O órgão destaca que havia uma estrutura de fiscalização no local até o dia 23 de outubro e os trabalhos devem ser retomados em breve. ``O Ibama está reunindo policiais ambientais para trabalharem como fiscais do próprio Ibama, para que seja intensificada a fiscalização antes mesmo do defeso``, comunicou o órgão, que tem como objetivo fiscalizar a pesca predatória da lagosta.

Impasse
Um pescador da praia da Redonda, de 35 anos, reclama que, quando a via estava interrompida, até os estudantes estavam impedidos de ir à escola. ``Os meninos estudam na sede. Ontem (segunda-feira) deixaram o ônibus passar, mas não deixaram voltar e os meninos vieram a pé 18 quilômetros. Hoje (ontem), os estudantes não foram de novo pra escola, porque não deixaram o ônibus vir buscar``, reclamou o pescador que tem cinco filhos. ``A gente espera providência das autoridades. Mas fazem só promessa e não vêm``, lamenta.

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