A greve dos bancários permanece. A decisão, tomada em assembléia na tarde de ontem pelo Sindicato dos Bancários, se justifica pela falta de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que não apresentou nova proposta.Apesar da saturação de cartazes fixados nos vidros das agências, avisando sobre a greve do movimento, havia uma realidade diferente no interior de diversas unidades bancárias. No Bradesco da Avenida Major Facundo, o funcionamento foi normal, inclusive nos caixas e no atendimento personalizado. Situação parecida aconteceu na Agência do Itaú, na Av. da Abolição, entre outros exemplos.Num desses locais de piquete, uma dupla de emboladores, formada por Joquinha e Maneco, trouxe irreverência e aliviou tensões, inclusive na agência da Caixa da Praça do Ferreira, onde, na quinta passada, houveram confrontos entre militantes e segurança privada do banco.

O presidente do Sindicato dos Bancários do Estado do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, afirmou que, a exemplo de Fortaleza, todo o Interior também apresentava uma crescente adesão dos trabalhadores ao movimento paredista.Enquanto isso, a insatisfação foi expressada por muitos usuários que, cedo da manhã, procuraram as agências. Esse foi o caso da aposentada Teresinha Luzilene Queiroz, 56 anos. Ontem, ela havia procurado fazer um pagamento numa agência do Banco Santander, na Rua Major Facundo, mas foi informada que não havia como ser atendida. "Isso é um absurdo. Terei que pagar depois e com juros", reclamou Teresinha.O diretor da Associação dos Bancos do Estado do Ceará (Abance), Lúcio Mota, disse a paralisação pela manhã foi parcial no Ceará e atingiu cerca de 40% da categoria. Ele afirmou que os aposentados continuam sendo os mais penalizados